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O que é web 3.0? Conheça a nova geração da internet

Publicado em 15/11/2022 Escrito por Marcela Gava.

Conhecida também como Web3, a terceira geração da internet promete dar mais autonomia aos usuários da rede, sem depender da centralização da informação em plataformas de terceiros ou intermediários. Neste artigo, destrinchamos o que é web 3.0.

Entenda o que é web 3.0

Com o crescente aumento do valor dos dados, aliado à maior presença de empresas e de transações comerciais na internet, tornou-se um problema o fato de o controle de todo o tráfego de dados estar concentrado nas mãos de alguns poucos provedores, servidores e softwares.

Nesse contexto, surge a Web 3.0. Trata-se de um fenômeno relativamente recente, que chega como uma possível solução para a descentralização das informações e do consequente controle sobre os dados da internet. De acordo com pesquisa do Gartner (conteúdo em inglês), até 2024, 25% das empresas utilizarão aplicativos ou serviços com alguma participação na Web 3.0.

Especialista explica o conceito de Web 3.0

Como funciona a Web 3.0

Agora que você já sabe o que é Web 3.0, é hora de entender como ela funciona na prática. A nova geração da internet utiliza a conexão direta de usuário para usuários, no sistema peer-to-peer (P2P), aproveitando a tecnologia do blockchain

O que é blockchain?

O blockchain (conteúdo em inglês disponível para assinantes) é uma estrutura descentralizada, baseada em criptografia, que registra transações ou interações digitais entre participantes por meio de blocos. Uma vez que esses blocos são validados, eles são inseridos à rede de blockchain, permitindo que qualquer participante possa checar o histórico de transações, como uma mudança no estado dos dados.

Ou seja, qualquer utilizador da internet agora pode utilizar a Web 3.0 para criar e armazenar seus próprios dados, identidade, conteúdo, algoritmos, protocolos e tokens de governança, sem depender de servidores, softwares, provedores e das empresas por trás desses serviços. Além disso, agora é possível escolher em quem depositar a confiança para realizar este armazenamento ou curadoria.

Como o serviço de armazenamento e validação de dados pode ser feito por qualquer aparelho conectado à rede, alimentando toda a cadeia, cada usuário pode monetizar esse serviço, sendo remunerado em troca de sua participação. O processo é semelhante à mineração de criptomoedas.

Com uma nova forma de administrar informações e manter propriedade sobre elas, a Web 3.0 permite o desenvolvimento de diversos ativos, como os NFTs, as criptomoedas e até o melhor desenvolvimento do metaverso, que busca integrar o mundo real com o virtual, transportando o usuário a uma presença física dentro do mundo digital por meio de imersões em 3D.

Web 3.0 e Web 2.0: qual a diferença?

Para entender as diferenças entre as gerações de internet, esqueça por um minuto o que é Web 3.0. Vale trazer um pouco de contexto histórico: a Web 1.0, ou primeira geração da internet, funcionava à base de autores e consumidores de conteúdo estáticos e bem definidos. Existiam grandes sites que disponibilizavam informações e existiam leitores que consumiam essas informações, sem espaço para interação entre eles.

No final da década de 90 e, principalmente, no início dos anos 2000, a Web 2.0 invade a rede, uma vez que os sites e blogs passam a ser campos de debate, formados pela interação dos usuários e pela pluralidade. É aqui que explodem os fóruns e espaços de bate-papo, além das redes sociais e dos aplicativos de conversa. Ou seja, nesse cenário os usuários também são produtores de conteúdo.

Diferenças entre Web 3.0, Web 2.0 e Web 1.0

No entanto, na Web 2.0, apesar de a informação poder ser criada e difundida por qualquer usuário, o controle desses dados ainda reside nas mãos de um número pequeno de companhias.

A Web 3.0 chega para mudar esse panorama. A principal diferença entre a Web 3.0 e a Web 2.0 é que a nova geração tira o controle da informação das mãos das grandes empresas. Com a autenticação de informação difundida por toda a rede de blockchain, a gestão dos dados fica a cargo das DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas), e a governança é distribuída entre os stakeholders, que são gestores dos tokens de governança.

A Web 3.0 é segura?

Como todo o registro de dados da Web 3.0 é feito seguindo o conceito do blockchain, toda informação inserida no sistema é criptografada e armazenada em um banco de dados que permite consultas públicas, porém não pode ser alterado, permitindo apenas novos registros.

Isso significa que é impossível alterar as informações já registradas, de modo que um detentor de uma quantidade de criptomoedas, por exemplo, seguirá como detentor do valor até que ele decida vendê-las e registre uma nova informação no blockchain.

Como todos os dados da Web 3.0 são descentralizados, dependendo de um sem-número de aparelhos conectados para a verificação de autenticidade da informação, é virtualmente impossível burlar o sistema, uma vez que o controle não pertence a um só agente.

Influência da Web 3.0 nas PMEs

Embora a Web 3.0 ainda seja um conceito relativamente novo e necessite de alguns anos de desenvolvimento, é perceptível que a nova geração da internet possibilita novas oportunidades para as pequenas e médias empresas (PMEs).

Agora, o pequeno e médio empreendedor não precisa mais depender de grandes corporações para fazer a gestão das informações sensíveis da empresa, carteira de clientes, registros de vendas, entre outros dados.

Características da Web 3.0

Além disso, a Web3 permite que o comércio digital ocorra diretamente entre empresa e consumidor final, eliminando intermediários normalmente geridos por grandes corporações digitais e/ou financeiras, permitindo também os pagamentos via criptomoedas em transações instantâneas e seguras. Esse processo permite uma abertura de leque de acesso aos usuários, ao mesmo tempo que maximiza as margens de lucro do empreendedor. Se você entende de antemão o que é Web 3.0, poderá se adiantar em relação às tendências que irão surgir. 

Quando a Web 3.0 estará totalmente integrada?

Embora exista uma forte movimentação do mercado digital, e um consequente investimento que cresce ano após ano, a Web 3.0 ainda está em seus primeiros passos, sendo necessário um constante desenvolvimento nos próximos anos até que a tecnologia esteja estabilizada e democratizada entre todos os usuários da internet. Enquanto conceito restrito, acesso complexo e usabilidade de nichos, a Web3 ainda está longe da maior parte dos usuários da rede.

Outro ponto importante, apontado por especialistas, é que dificilmente a Web 2.0 irá morrer. O caminho mais provável é que ambos os conceitos de internet coexistam, sendo melhor aplicados e indicados para cada situação ou usuário.

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Sobre o(a) autor(a)

Marcela é analista de conteúdo do GetApp. Jornalista com mestrado em cultura, cobre tendências de tecnologia. Suas pesquisas já saíram em Valor Econômico, Forbes e Exame.

Marcela é analista de conteúdo do GetApp. Jornalista com mestrado em cultura, cobre tendências de tecnologia. Suas pesquisas já saíram em Valor Econômico, Forbes e Exame.